Solução passa pela Baía NorteSim, o estaleiro pode ser instalado em Biguaçu sem prejuízo para os botos-cinza. Pelo menos é o que conclui o estudo da Fundação Certi, da Capital, contratado pela OSX. Para a viabilização do empreendimento, é preciso melhorar e monitorar a qualidade das águas de toda a Baía Norte.
Os golfinhos da APA de Anhatomirim – apontados pelo ICMBio como um dos principais motivos para negar a instalação do estaleiro – foram o foco do estudo. Os animais são considerados espécies “guarda-chuva”, porque refletem as condições de todo o ecossistema, como explicou o coordenador da pesquisa, Marcos Da-Ré, do núcleo de inovação e sustentabilidade da Fundação Certi.
O trabalho foi feito em dois meses por 10 cientistas e custou R$ 200 mil, segundo o superintendente da fundação, Carlos Schneider. O resultado será apresentado ao grupo de trabalho do Ministério do Meio Ambiente.
Da-Ré garantiu que o canal dragado não será barreira para os golfinhos, a exemplo do que já ocorre com a espécie nos portos de Paranaguá (PR) e São Francisco do Sul.
A fim de garantir a qualidade do ambiente marinho, são sugeridas soluções para monitoramento e gestão, com criação de um observatório, um fórum para a sustentabilidade da Baía Norte, um fundo de recursos e uma estrutura executiva operacional.
O trabalho envolveu profissionais brasileiros e estrangeiros, como o PhD em mamíferos marinhos Thomas Jefferson. O biólogo americano acompanha há 15 anos os golfinhos atingidos pelo aeroporto de Hong Kong, erguido sobre um aterro e uma ilha artificial. Jefferson observou que os animais chineses, semelhantes aos botos-cinza de SC, se afastaram do hábitat durante as obras, mas logo retornaram ao local.
– Não é possível prever 100% o impacto que o estaleiro (em Biguaçu) terá, mas existem razões para acreditar que é possível mitigar esse impacto – disse Jefferson.
ALÍCIA ALÃO DIÁRIO CATARINENSE
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